Entendendo o Transtorno Obsessivo-Compulsivo: Causas e Sintomas Importantes

Neste artigo, abordaremos o transtorno obsessivo-compulsivo, suas causas e sintomas. Além disso, discutiremos a importância de buscar ajuda profissional para lidar com essa condição, promovendo uma melhor compreensão e tratamento para aqueles que sofrem com esse transtorno mental desafiador.

DR GILBERTO LUNA

5/8/20242 min read

DR GILBERTO LUNA
DR GILBERTO LUNA

Transtorno Obsessivo Compulsivo

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma condição psiquiátrica crônica e debilitante, caracterizada pela presença de obsessões (pensamentos, imagens ou impulsos intrusivos e indesejados) e/ou compulsões (comportamentos repetitivos ou atos mentais realizados para neutralizar a ansiedade gerada pelas obsessões). Este artigo tem como objetivo apresentar uma visão atualizada sobre os aspectos clínicos, etiológicos, diagnósticos e terapêuticos do TOC, com foco em sua abordagem neuropsiquiátrica.

O TOC acomete cerca de 2 a 3% da população mundial, podendo se manifestar em qualquer faixa etária, com pico de início na adolescência ou início da vida adulta. É uma condição de curso progressivo, frequentemente subdiagnosticada, que interfere significativamente na qualidade de vida dos pacientes.

2. Quadro clínico
As obsessões são pensamentos ou impulsos persistentes que o indivíduo reconhece como excessivos ou irracionais, mas que não consegue controlar. Já as compulsões são rituais comportamentais ou mentais realizados para aliviar a ansiedade gerada pelas obsessões.

Entre os sintomas mais comuns, destacam-se:

  • Medo de contaminação;

  • Necessidade de simetria e ordem;

  • Pensamentos agressivos ou sexuais intrusivos;

  • Verificações excessivas (portas, fogão, fechaduras);

  • Lavagens repetitivas das mãos.

Etiologia e neurobiologia
O TOC é um transtorno multifatorial. Evidências apontam para disfunções nos circuitos cortico-estriato-tálamo-corticais, especialmente envolvendo o córtex orbitofrontal, núcleo caudado e tálamo. Anormalidades nos níveis de serotonina também estão implicadas, justificando a eficácia dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) no tratamento.

Fatores genéticos, ambientais (como infecções estreptocócicas em casos de PANDAS), e eventos traumáticos também são considerados contribuintes.

Diagnóstico diferencial
É essencial diferenciar o TOC de outras condições psiquiátricas, como:

  • Transtornos de ansiedade generalizada;

  • Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva (que não envolve obsessões nem compulsões);

  • Esquizofrenia (quando há delírios de controle);

  • Transtorno dismórfico corporal.

Tratamento
O tratamento do TOC envolve uma combinação de farmacoterapia e psicoterapia, com destaque para:

Prognóstico e qualidade de vida
O TOC é uma condição crônica, com flutuações de sintomas ao longo da vida. A adesão ao tratamento e o suporte familiar são fatores determinantes para um melhor prognóstico. Quando tratado adequadamente, muitos pacientes apresentam melhora significativa e reconquistam autonomia funcional e social.


O TOC exige uma abordagem clínica minuciosa, baseada em evidências e com atenção à individualidade de cada paciente. Avanços nas neurociências têm permitido uma melhor compreensão da fisiopatologia do transtorno, abrindo caminhos para terapias mais direcionadas e eficazes.